terça-feira, 11 de agosto de 2015

Domingo em Melo, Uruguay

Á distancia de 60 quilômetros da cidade fronteiriça de Aceguá, situa-se a cidade de Melo, capital do Departamento de Cerro Largo. A cidade possui mais de 50 mil habitantes e foi fundada em 1795, tendo 220 anos.
                Fomos até lá num domingo e encontramos uma cidade entregue ao silêncio, quebrado apenas pelas vozes de crianças brincando numa das praças centrais. Os moradores nos olhavam curiosos, seja por sermos de fora, seja pelas fotos que tirávamos. A arquitetura mostra os típicos traços da colonização espanhola, com diversos prédios antigos bem conservados.  Suas estreitas ruas centrais demonstram um ar bem interiorano, bem diferente das nossas capitais estaduais.
Perambulamos, sem saber opções de onde ir. Olhamos as vitrines das lojas fechadas, notando a grande diferença entre o que se usa lá e o que estamos habituados a usar pelas bandas de cá.  Apenas encontramos abertos os restaurantes, que também são cafeterias. Como não havíamos planejado antecipadamente aquela viajem, não tínhamos trocado nossos “reales” por pesos e isso nos impediu de tomar um sorvete num quiosque que encontramos por lá.
               Sabíamos que tinha um museu na cidade, mas nem sabíamos como chegar. E como a internet no celular não funciona por lá, nem tínhamos como procurar. Por sorte, enquanto circulávamos pela cidade achamos o museu aberto – bem no centro-. Entramos no lugar e fomos atendidos por uma prestativa funcionaria que ao ser questionada respondeu “No, no se paga nada. E puede sacar pics!”. Muito interessante o local, com diversos objetos históricos e naturais, como um antigo cofre francês e restos de um crânio de mastodonte e outros animais pré-históricos. O acervo conta também com armas e capacetes militares de diversos períodos, bem como objetos das batalhas travadas na fronteira. Entre outras coisas, encontramos a  reprodução da ata de fundação de Melo e uma seção dedicada a uma famosa poetisa uruguaia. Ao sair do museu, a funcionária ainda nos indicou vários outros lugares para conhecer. Porém como fomos com pouco tempo deixaremos para desbravá-los em uma próxima visita.
               Durante a noite a cidade se transforma. Passamos por uma “rave” em plena praça central. Caixas de som gigantes e Dj’s e ao lado as famílias com as crianças na pracinha. A impressão que tivemos foi de uma cidade bem segura. Uma coisa que nos chamou a atenção na cidade foi as pessoas andando de moto sem capacete, três pessoas em uma moto e crianças penduradas na garupa na maior naturalidade.

               A gastronomia também merece o devido destaque. A maioria dos restaurantes abre pela manhã e só fecham a noite, variando o cardápio de acordo com o horário. Escolhemos onde comer no final da tarde. Enquanto as pessoas no local saboreavam tortas doces e chás, pedimos logo a janta. Pratos bem servidos e saborosos, que dependendo da cotação da moeda, são mais baratos do que os restaurantes daqui.      

Seguem, como sempre, algumas imagens da estrada que leva a Melo bem como suas ruas e atrações do museu.










terça-feira, 25 de novembro de 2014

Ruinas em São Domingos

No inicio da estrada ainda não pavimentada que leva a Lavras do Sul, ao olharmos á direita enxergamos alguns prédios decadentes. Discutimos brevemente sobre que tipo de negocio teria sido abrigado naquelas ruínas, mas não chegamos a conclusão do que seria.
Passado algum tempo disso, após conversas com amigos e uma breve pesquisa na internet (que não revelou muita coisa, diga-se de passagem), descobrimos tratar-se de um outro frigorífico que se teve na Rainha da Fronteira em tempos passados. Aquelas estruturas que o tempo tratou de derrubar abrigavam o Frigorífico São Domingos.
E, como não poderia ser diferente, retornamos ao local para conhecê-lo. O acesso é fácil, fica próximo a RS 473. Pode-se estacionar o carro na entrada que levava ao frigorífico. Alias, nessa entrada há o prédio da antiga capela da vila dos trabalhadores e as casas que estes habitavam no período em que lá trabalharam. Pouco tempo atrás vimos uma reportagem na RBS TV Bagé falando sobre o abandono do local e que das ruínas algumas pessoas estavam subtraindo materiais da construção, como tijolos e ferros.
Sob o olhar desconfiado dos residentes das proximidades do local, adentramos a área do frigorífico propriamente.
O local é enorme, com muitas coisas que nos chamaram a atenção. A maioria das paredes ainda está em pé, entretanto poucos são os locais em que ainda permanece o telhado. Há muitos cenários interessantes para serem retratados, como por exemplo, a chaminé que ainda está firme. Há também o local onde era realizado o abate dos animais, um funil horizontal que culminava na morte para os animais. Isso nos faz pensar um bocado.
 O lugar que achei mais interessante é antiga câmara frigorífica. É um prédio de dois andares, antes com salas hermeticamente fechadas que hoje não mais são banhadas pela luz do dia. Claro que como bons aventureiros levávamos lanternas, sendo então possível adentrar mais na escuridão ao som dos morcegos que lá habitam.

Vale o passeio! Deixamos agora algumas imagens que obtivemos naquela tarde em que passamos por entre as ruínas do Frigorífico São Domingos. Até a próxima! 
As estruturas mais firmes continuam em pé em meio a vegetação

É possível identificar os diferentes prédios da antiga construção

Construções com dois andares onde, da parte de cima, é possível ter uma vista ampla do local

Da parte de cima de um dos prédios se tem uma visão das ruinas

Os espaços das janelas ainda são identificáveis 
Grande parte das paredes ainda estão em pé, porém os telhados já não existem


 
Local de abate dos animais

Forro que cedeu devido a ação do tempo

Interruptores das câmaras frigorificas

Corredor de acesso ás câmaras frigorificas

Interior de uma das câmaras

O que sobraram foram somente os pilares do que um dia foi uma grande área coberta

A natureza reassumindo o local 

A chaminé que ainda resiste ás intempéries 


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Gramado: ares europeus na Serra Gaúcha

Dessa vez nos distanciamos das paisagens campeiras da Região da Campanha e subimos a serra para apreciar um pouco da Europa gaúcha. Nossa viagem renderá mais de uma postagem, já que os atrativos são muitos. Tantos que nem conseguimos conhecer todos os locais que havíamos planejado. Aqui, nos afastamos um pouco dos caminhos de aventura. Não que a região não ofereça. Porém, como nosso tempo era curto, acabamos visitando os principais pontos turísticos dentro da cidade mesmo.
Nossa viagem começou no mês de junho, quando começamos a pesquisar roteiros e hotéis na serra. E para quem está planejando viajar, independente do destino, sugiro que faça essa pesquisa com antecedência. Foi a primeira vez que utilizamos um site especializado para fazer a reserva. Conseguimos um ótimo hotel, com um bom preço através do site Hotel Urbano. Tudo correu tranquilamente, sem imprevistos.
Saímos de Bagé bem cedo, para poder aproveitar a viagem e ainda poder fazer alguma coisa durante o dia em Gramado. O caminho é muito bem sinalizado e existe mais de um trajeto. Tudo correu muito bem na estrada, pelo menos até Novo Hamburgo. A partir dali, a motorista teimosa não quis dar ouvidos ao marido que disse para virar a direita em certo ponto e decidiu seguir sempre em frente, afinal as placas indicavam que chegaria em Gramado. Acontece que acabamos entrando em cidades que não estavam na rota. Quando as placas começaram a desaparecer, decidimos recorrer ao GPS que mostrou que já tínhamos desviado bastante do caminho. De alguma forma chegamos a uma estrada de terra. Apesar de “tecnicamente” perdidos, o tempo não foi desperdiçado, passamos por paisagens muito bonitas. Desde as formações naturais, até a civilização do interior, com traços característicos da colonização da região.
 Chegando na área urbana de Gramado percebemos o porque de ser tão bem falada. A cidade inteira parece ser o cenário de um filme ambientado no interior da Europa, suas construções com telhados dispostos de maneira a não acumular neve tornam o local belo e o farto uso da madeira nas casas nos passa uma sensação de aconchego. Daí se percebe a importância que os moradores e empresários da cidade em manter a característica da colonização alemã em seus prédios. Fato interessante é que os veículos param na faixa de pedestres, coisa utópica em nossa região e nos demais lugares que conhecemos. Andar pelas suas ruas por si só já é atrativo, rendem excelentes fotografias. Cada prédio com uma peculiaridade que vale a pena retratar.
Chegamos na ultima noite do Festival de cinema então pudemos aproveitar todo o clima de festa em Gramado, com seus Kikitos espalhados por toda a cidade e o público seleto que freqüentava os vários bares e pub’s que lá existem. Vale salientar que ao andar por lá percebe-se a diferença de se estar em um lugar que possui grande investimento e o tipo de freqüentadores que isso atrai. Não é raro cruzar por um Camaro, um Mustang, conversíveis e outros modelos de veículos  que não são comuns nas terras de cá. As pessoas que andavam pelas ruas ás quatro da tarde vestidas como se estivessem em uma festa e mesmo com uma temperatura amena, em torno dos dezoito graus, usavam casacos de lã em com se em cenário de frio intenso.  Já passava das seis horas da tarde, horário esse em que o sol já havia se posto, e ainda víamos os óculos escuros adornar a face das pessoas.
Existem tantas coisas a fazer por lá que se torna difícil relacioná-las em um só post, então citaremos algumas apenas. Pra começar, não poderia deixar de citar os diversos museus ao longo da av. das Hortênsias, dentre eles Museu da Harley-Davidson e o Museu de Cera (estes situam-se no mesmo prédio, inclusive), Museu da Marinha e  Museu dos Super Carros. Uma bela pedida para um passeio á tarde. Existe também o Mundo Encantado que traz miniaturas que retratam o período de colonização e de períodos importantes do desenvolvimento da serra. Todas essas miniaturas com mecanismos que permitem a movimentação dos personagens. Existe, numa rua paralela, a sede da Microcervejaria Rasen, tradicional de Gramado onde por um valor de R$ 10,00 você compra a entrada e ainda recebe um Chope! Lugar interessante para aqueles que, como nós, apreciam uma boa cerveja artesanal.
Já no centro de Gramado , encontramos o Mini Mundo, onde existem replicas em escala de diversos locais do mundo. A maior parte das construções são da arquitetura alemã. Porém, outros locais são retratados, como a Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. Todas as miniaturas são feitas em uma oficina situada no hotel da família proprietária. Os mini-personagens são importados da Alemanha e pintados na mesma oficina. Uma peculiaridade do parque é que na chegada, os visitantes recebem um jornal do Mini Mundo onde vários fatos são retratados e podem ser visualizados nas miniaturas.
Para os mais românticos, um passeio de pedalinho no Lago Negro é uma ótima pedida. A paisagem tipicamente européia do lago artificial cria um clima apaixonante. As duas espécies de árvores que cercam o lado foram todas importadas da Europa e plantadas intercaladamente. Na primavera, diz-se que o cenário se torna ainda mais encantador, já que as hortênsias adornam toda a margem do lago.  Outro lago, o Joaquina Bier, chama atenção por seu gigantesco chafariz. Rende ótimas fotos.
 Ao lado da Igreja de Gramado, encontramos a “Fonte do amor eterno”, onde os casais têm a possibilidade de renovar seus votos e deixar junto a fonte um cadeado que se fecha em torno de um pequeno coração metálico que contém os nomes do casal e o que mais se desejar escrever, pois na placa quem escreve é o casal. Fica a dica para fazer um agrado a mulher amada.
A vida noturna é ótima e com muitas opções. Nós tivemos oportunidade de ir ao Bill Bar, onde pudemos desfrutar de excelentes musicas dos gêneros pop e rock num ambiente agradável e movimentado. Com três ambientes, o bar se mostra com atrativos, além desse que estávamos, que incluem boliche, uma pista de musica eletrônica e outra com os ritmos brasileiros mais comuns. Agrada então a todos os públicos. Já pra quem curte um bom pub, recomendamos o Santa Brígida que toca as musicas mais confirmadas para um ambiente de pub europeu. Além disso, possui uma vasta carta de cervejas especiais que agradam o cliente mais exigente, e indico também os sandwiches especiais. Peçam pela mostarda, mas experimentem um pouco dela de cada vez. Bem pouco. Depois de prová-la vocês entenderão o porquê do conselho.  Vale a pena!
Na gastronomia, degustamos uma saborosa picanha com vegetais grelhados no restaurante Malbec ao meio-dia e a noite, como não poderia faltar em uma viajem a Gramado, uma seqüência de fondue (cuidado com a pronuncia! Peça por “foondí”!) no restaurante Carlitos. Recomendo, embora com um valor meio alto, essas refeições nos permitem comer até sentirmo-nos fartos.
Esse é um resumo dos nossos quatro dias na serra, onde tivemos o prazer de estar diante de uma cultura peculiar e muito interessante, envoltos em um clima e cenário europeu. Recomendo muito a cidade a quem ainda não teve o prazer de conhecê-la! Nós certamente voltaremos lá!








A paisagem de inverno tem sua beleza peculiar.

O blog não se chamaria Rumos Alternativos se estes não fizessem parte das nossas viagens. Uma entrada errada nos levou para uma estreita estrada de terra totalmente afastada da civilização.

Pórtico de entrada em estilo alemão


Nos sentimos em uma pequena cidade europeia. E o principal, nos encantamos com a educação das pessoas.
O Palácio dos Festivais. Grandes atores e diretores do cinema brasileiro e latino se fizeram presentes na entrega de prêmios do Festival de Cinema.

Lago Joaquina Bier atrai os visitantes com seu chafariz
A principal igreja de Gramado recebe iluminação especial a noite
Na entrada da igreja, estátuas dos doze apóstolos 

Na Fonte do Amor Eterno os apaixonados declaram seu amor. Centenas de cadeados com corações adornam a fonte.


O Mundo Encantado é um parque em miniatura que conta o início da colonização e desenvolvimento de Gramado e Canela. 
O tempo vira a todo o momento. Mesmo um dia com temperatura amena e ensolarado pode se transformar em um dia de cerração fechada. Esse fenômeno nos impediu de apreciar a vista do Mirante Belvedere Vale do Quilombo.
A Cristais de Gramado pode ser uma visita interessante. Lá se pode ver como são feitos os produtos de cristais. Ainda com a técnica do sopro, o artesão utiliza as mesmas ferramentas que eram utilizadas quando se iniciou a produção de peças de cristal.

É impossível não prestar atenção na arquitetura da região. Todos os prédios são típicos ou apresentam traços de construções alemãs e italianas.

O passeio de pedalinho no Lago Negro é um momento tranquilizante e romântico
No Mini Mundo, um dos fatos que tem dado o que falar foi o incêndio na pensão da Dona Boló. Toda a notícia está perfeitamente descrita no jornalzinho.

O parque mais novo da Serra e o único parque de neve indoor das américas, o Snow Land atrai crianças e adultos.




Acabamos não comendo a comida típica alemã ou italiana. Degustamos um cardápio argentino. O restaurante oferece diversas opções de cardápio e uma seleta carta de vinhos.

O Santa Brigida é pub inspirado nos tradicionais pubs irlandeses
O Bill Bar é uma casa noturna com vários atrativos, desde pista de boliche, sinuca e ambientes diferenciados para agradar a todos os públicos




O pórtico de saída de Gramado com arquitetura italiana e o Kikito, símbolo do Festiva de Cinema

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Ruínas do Frigorífico Sispal

Nossa terceira postagem foi inspirada no passeio deste domingo (20/07/2014). Em um belo dia, em que apesar da estação, o sol forte tornou a temperatura agradável e convidativa para estar na rua e conhecer novos lugares.
Este local sempre nos despertou curiosidade, e certamente faz o mesmo com muitos que passam pela Avenida Visconde de Ribeiro Magalhães. Em frente à entrada do Parque do Gaúcho e ao lado do Centro Histórico Santa Teresa - ambos locais muito visitados pelos bajeenses, principalmente para tomar um chimarrão com a família aos domingos – estende-se um longo prédio, com janelas gradeadas por onde pode-se enxergar máquinas e equipamentos abandonados.
Sempre nos perguntamos o que teria sido o local e o que mais teria lá dentro. Na verdade, nem mesmo os moradores de uma pequena casa dentro da propriedade em que se encontra o prédio souberam nos informar. Porém os equipamentos, grande máquinas e restos de matéria prima que ainda se encontram no local nos dão margem para imaginar muita coisa que possa ter se passado entre aquelas paredes.
Após procurarmos algum tipo de entrada para o prédio constatamos que a única forma de adentra-lo seria através de uma propriedade nas margens da avenida. Decidimos ir conversar com os moradores e perguntar se poderíamos tirar algumas fotos. Fomos recepcionados por um homem que descansava em baixo de uma grande árvore. Tentamos obter algumas informações sobre o local. O morador nos informou que o enorme prédio, com seus diversos pavilhões, havia abrigado em seus primórdios um matadouro chamado Frigorífico Sispal e após o fechamento deste, uma fábrica de tapetes.
“Googleamos” as informações que tínhamos e o pouco que conseguimos descobrir é que o local teve sua origem na época das charqueadas em Bagé. Quando o comércio rural estava desenvolvido na região foi inaugurado o Sispal, o primeiro frigorífico a realizar abates, entre 1939 e 1940 (http://claudioantunesboucinha.blogspot.com.br/2010/08/historia-do-desenvolvimento-de-bage-e.html). Não sei especificar até quando o frigorífico ficou em funcionamento.
Logo na entrada, amontoados em um canto há muitas estruturas de ferro retorcidas, possivelmente retiradas do interior da fábrica. No primeiro pavilhão, o que possui as janelas para a rua, nos deparamos com um corredor estreito que abriga uma enorme máquina, a qual imaginávamos serem vários equipamentos independentes. Percebemos então que tratava-se de uma única estrutura com diversas pás, rolos e engrenagens por onde eram passadas grandes quantidades de lã crua. O ferro enferrujado e as engrenagens cobertas de teias de aranhas mostram o abandono do local. Em alguns dos rolos compressores ainda encontram-se restos de lã.
A próxima sala, hoje tomada pela vegetação, já não possui mais telhado e nem as paredes estão inteiras. Nela ficava uma grande caldeira com saída para a enorme chaminé, que também já apresenta os sinais do tempo. Um grande pátio, o qual em seus ávidos anos era totalmente pavimentado, atualmente  não passa de um “ferro-velho”. Centenas peças de ferro empilhadas pelos cantos. Não dá para saber o que podem ter sido, a que equipamento pertenceram ou qual função desenvolveram quando em funcionamento.
O que mais nos intrigou e surpreendeu foi o galpão central. A primeira vista achamos que estava sendo utilizado pelos moradores e não quisemos entrar. Depois, vendo através das janelas notamos vários equipamentos curiosos e decidimos verificar também. Alguns equipamentos da fábrica de tapetes também foram abandonados no local. Máquinas e carretéis das linhas estão ainda conservados, apesar de ficarem a céu aberto. No andar de cima, o que parece ser um estoque de lã. Isso bem mais recente, talvez até trabalho dos moradores atuais.
Bem na entrada existem centenas de cadeiras de ferro coloridas em vermelho e verde, organizadamente empilhadas. Na próxima sala, mais uma infinidade de assentos almofadados coloridos da mesma forma. Mas de onde vieram? A curiosidade sempre nos fez ir em busca de detalhes que possam das pistas da história dos lugares visitados. Á frente, mais equipamentos estranhos para nós. Por sorte, um amigo que nos acompanhava sabia que tais equipamentos eram suportes para projetores cinematográficos. Fomos mais a fundo e encontramos o próprio projetor de cinema, de tecnologia parisiense, e ainda caixas de ferro onde eram guardados os rolos dos filmes e os letreiros enferrujados que um dia serviram para anunciar as atrações de um famoso cinema de Bagé: O antigo Cine Glória.

O mais interessante de tudo isso são as teorias que criamos a cada equipamento estranho, a cada pavilhão adentrado. A imaginação vai longe quando não sabe por onde se está andando ou se tem pouca informação de onde se está. O local ainda é conhecido por poucos, justamente por não possuir indicativos de que está aberto. Mas quem tiver a curiosidade de conhecer um local diferente é uma boa pedida. O acesso fica bem ao lado da entrada do Complexo de Santa Teresa. É cobrado R$ 5,00 por pessoa para ficar o tempo que quiser e desbravar os diversos cantos, cada um com um pouco de história.
Se alguém tiver mais informações sobre o local, e até mesmo críticas ou sugestões para novas postagens deixe seu recado nos comentários abaixo.

O prédio abandonado causa curiosidade aos que passam pela avenida Visconde de Ribeiro Magalhães



Estruturas de ferro retorcidas dão início às paisagens


Um dos vários segmentos da grande máquina, que ocupa toda a lateral do prédio


A chaminé com visíveis sinais de desgaste devido ao tempo

As únicas duas paredes que permanecem em pé na peça, hoje coberta por vegetação, que um dia pode ter sido um escritório

A poucos metros o movimento intenso de pessoas que nem imaginam o que pode ter no interior do curioso prédio

Centenas de cadeiras antigas empilhadas em um depósito cuidadosamente organizado
Uma das máquinas que funcionou na fábrica de tapetes
Carretéis das linhas usadas na fabricação dos tapetes

Peças que podem também ter pertencido ao antigo Cine Glória



Uma roleta de azar e sorte do "Obino Radio Clube"

Suportes para projetores cinematográficos. Em alguns deles etiquetas quase ilegíveis da Sociedade Comercial e Exibidora LTDA - Socex de Porto Alegre endereçados ao Cine Glória
O próprio projetor e uma caixa de rolos de filme, ambos desgastados pela ação do tempo